É a arte de "fazer património" em Ponte de Lima. Primeiro, um pelourinho que se implanta discutivelmente entre as rampas do areal, agora uma rampa que se prolonga em jeito de avenida e a seguir uns cruzamentos construídos em paralelo a cruzarem o areal. Devem seguir-se umas plantações de árvores e quem sabe uns candeeiros, umas bicas de água para a feira, uns canteiros de flores labirínticos et voilá, os limianos acabaram de perder a memória do velho areal que permaneceu virgem durante séculos. Um espaço ecológico em pleno centro histórico que não merecia menor protecção do que a que foi dada às Lagoas. A batalha por devolver o areal aos limianos está assim irremediavelmente perdida por incúria e caprichos de autarcas que em poucos meses foram iluminados com dotes e competências de urbanistas. Para terminar, lanço um palpite para a nova estátua de bronze a implantar no centro histórico...um diabo a cravar as unhas numa pedra.
André Rocha, no blog arquitecturaepontedelima