António Martins é o candidato do PSD à Câmara Municipal de Viana do Castelo. Tudo indica que será também apoiado pelo CDS/PP. A sua escolha foi polémica e não reuniu o consenso dos órgãos do Partido, nomeadamente da Comissão Política Concelhia e da Comissão Política Distrital. Situação problemática ocorreu também no PS, com o afastamento de Defensor Moura, tendo a escolha recaído em José Maria Costa, autarca e presidente da concelhia socialista.
Não se coloca em causa a qualidade destes candidatos, mas sim o mau exemplo dado pelas estruturas partidárias no seu processo de escolha. É uma consequência da luta pelo poder e do jogo de interesses que existem no interior de alguns partidos. Os seus órgãos dirigentes deviam estar unidos à volta dos seus candidatos e não andar na praça pública a fomentar querelas e divisões estéreis. Não é possível desta forma cativar eleitorado e esperar baixar a elevada taxa de abstenção.
Nos últimos anos os partidos têm perdido a sua identidade genuína e esquecido os seus verdadeiros ideais. Não se trabalha por amor à camisola, mas por um qualquer objectivo interesseiro. Luta-se muito pelo poder sem olhar a meios. Existem grupos, facções e outras coisas estranhas que se degladiam numa guerra fracticida sem termo, que vai afugentando o eleitorado e criando uma onda de cepticismo dificil de travar.