A Santa Casa de Misericórdia de Ponte de Lima prevê iniciar a construção do Centro Comunitário de Arcozelo já no próximo ano. Trata-se de um investimento orçado em cerca de 5 milhões de euros resultante de uma parceria com a Junta de Freguesia de Arcozelo, que doou o terreno. Além dos apoios previstos provenientes da comparticipação de programas específicos para o efeito, que se encontram em fase de candidatura, o projecto contará ainda com a colaboração da Câmara Municipal com 20% do investimento elegível.
O Centro Comunitário será construído na base do monte de Santo Ovídio, no lugar de Sabadão, na vila de Arcozelo. Trata-se de um equipamento moderno que vai atenuar as carências existentes em determinadas valências, nomeadamente Lar de Idosos para 40 utentes, Centro de Dia para 30 utentes, Apoio Domicíliário para 50 utentes, Cuidados Continuados para 30 camas e Creche para 30 crianças.
O projecto é da autoria do gabinete de arquitectura Traços, sedeado em Ponte de Lima. Segundo refere a equipa projectista, que integra o jovem limiano Duarte Cerqueira, a "ideia de fundir monte e edifício é conseguida de várias formas: através das próprias características formais do equipamento mas também pela aposta no uso de coberturas ajardinadas. Estas existem em todo o edifício e além de proporcionarem um efeito visual bastante agradável e de proporcionarem espaços de lazer e de contemplação aos utentes do equipamento, vão muito mais além, dotando o edifício de um sem número de vantagens a nível climático, ecológico e sustentável. As coberturas ajardinadas contribuem significativamente para a melhoria do clima urbano, reduzindo o efeito de “ilha de calor”; aumentam a área verde por habitante, promovendo o verde contínuo urbano, que neste caso é a própria continuação do monte; ajudam no controle da poluição atmosférica e na absorção do ruído ambiental; melhoram o isolamento térmico e acústico dos edifícios, promovendo a redução de consumo energético; maximizam o aproveitamento de águas pluviais, podendo reter um número considerável da precipitação e reaproveitando estas águas para descargas de autoclismos, outros mecanismos e rega dos próprios espaços."
Refere ainda a equipa projectista que "a própria escolha dos materiais a utilizar na construção do edifício pretende responder a questões de sustentabilidade. Todos os materiais são locais, nomeadamente a pedra empregue nos muros de suporte que pretende simular as leiras tão características do norte do país."