Revolta e indignação são duas palavras que exprimem o sentimento de muitos portugueses perante o absurdo das remunerações dos gestores de empresas públicas. Soube-se há dias que a comissão executiva da EDP, composta por sete elementos recebeu no ano passado remunerações globais de cerca de 17,5 milhões de euros. Só o presidente executivo recebeu 3,1 milhões de euros brutos. O mesmo aconteceu noutras empresas públicas, onde o Estado é accionista maioritário, com a agravante de alguns gestores serem arguidos em processos de corrupção.
É o país que temos, um país que fecha hospitais por razões meramente economicistas. Um país que promove uma politica de falta de apoio às empresas, um país que corta nos direitos dos trabalhadores e aumenta impostos. Um país onde a corrupção passou a ser um acontecimento vulgar, um país onde a justiça não funciona ou só funciona para alguns. O país está a caminhar para o abismo e a hipotecar definitivamente o futuro das gerações vindouras.