A paciência dos portugueses esgotou
Quem vier a seguir governar o nosso país tem um desafio muito difícil pela frente. Não há margem de manobra para erros e hesitações. Os portugueses estão conscientes de que as medidas de contenção da despesa pública vão continuar e que são um imperativo de interesse nacional, independentemente do partido que estiver no poder. Os portugueses têm sido pacientes e sensíveis com os sacrificios pedidos, mas começam a dar sinais de revolta com a falta de verdade do primeiro-ministro. Um homem sem soluções, perdido nas suas próprias contradições e sem coragem política para tomar medidas estruturais e acabar com interesses instalados. As acções de combate à crise deste governo são óbvias, penalizam sempre os mesmos portugueses, colocando imensa gente em situação verdadeiramente aflitiva.
A obsessão pelo deficit atrofiou completamente a actuação governativa. Os vários ministérios não funcionam, não apresentam ideias e limitam-se praticamente à gestão corrente. A equipa governativa resume-se ao primeiro-ministro e ao ministro das finanças.
Espera-se uma mudança, não uma mudança apenas de pessoas e de cor política, mas principalmente uma mudança que mobilize os portugueses e reconquiste a sua confiança. E isso só será possível com uma política de verdade, de transparência e de justiça social. Quem fizer o contrário está condenado.