terça-feira, 12 de abril de 2011

Um congresso surreal

O clima de festa e de propaganda em que decorreu o congresso do Partido Socialista realizado em Matosinhos foi um acontecimento surreal, que confirma a falta de seriedade, competência e sentido de estado da classe política que tem governado o país nos últimos anos.

Sócrates foi acolhido pelos congressistas euforicamente como um rei imaculado. Nos seus discursos inflamados, o primeiro ministro demissionário e líder do PS, culpou a oposição pela crise, procurando desresponsabilizar-se pela situação a que Portugal chegou.

O congresso de Matosinhos, à semelhança da gestão governativa socialista, não passou de mais uma encenação mediática para esconder a verdade dos portugueses. Esta reunião magna socialista foi uma oportunidade perdida, que podia ter sido aproveitada para promover uma reflexão séria sobre o drama do país e não para lavar a cara de políticos falhados.

José Sócrates é o único responsável pela grave crise que o país atravessa. Esteve seis anos no poder e durante esse tempo revelou-se incapaz de realizar reformas que dotassem o país de condições estruturais para enfrentar a crise sem sobressaltos. Podem fazer mais congressos, mais manifestações apoteóticas, mais discursos inflamados, mas a verdade é como o azeite: "vem sempre ao de cima".