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O ORÇAMENTO

A discussão sobre o Orçamento de Estado para 2008 foi um mau exemplo que a classe política deu ao País, principalmente devido à postura de ataque pessoal entre o Primeiro-ministro José Sócrates e o líder da bancada do PSD Santana Lopes, em torno de assuntos passados, sem interesse para os portugueses. O Primeiro-ministro não falou das ideias e dos projectos futuros que o seu governo tem para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. O líder do PSD não falou das alternativas do seu partido, nem acentuou as diferenças de governação tão apregoadas pelos seus dirigentes.
Os portugueses vivem momentos de grande dificuldade e incerteza. Naturalmente estão desejosos por saber o que os governantes pretendem realizar nos próximos anos, nomeadamente ao nível do desenvolvimento económico, das políticas sociais, da educação e da saúde. Esperava-se uma outra atitude do Primeiro-Ministro. Infelizmente, o hemiciclo transformou-se, mais uma vez, num palco de mediatismo teatral, onde os políticos se divertem com o jogo de palavras, esquecendo as suas responsabilidades e as suas obrigações perante o eleitorado que os elegeu.