segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O TRISTE PAPEL


Não deixa de ser surpreendente o optimismo manifestado pelo Ministro das Finanças durante a sua intervenção, no âmbito da reunião informal do Conselho de Ministros que decorreu no dia 6 de Janeiro do corrente mês, quando o país se encontra mergulhado numa crise profunda.
É um optimismo irrealista, em que os portugueses já não acreditam. Portugal continua a atravessar um período de imensas dificuldades, que infelizmente poderão agravar-se no ano de 2008.
Os aumentos de preços de bens e serviços muito acima da estimativa do Governo para a taxa de inflação, o encerramento exagerado de serviços de urgências, o aumento da lista de espera para cirurgias ou consultas (actualmente são 600 mil os portugueses em lista de espera) e a alta taxa de desemprego (em Novembro Portugal ocupava o terceiro lugar com a taxa de desemprego mais alta da União Europeia) são acontecimentos que atestam a falta de políticas adequadas ao afastamento da crise que tem afectado o país nos últimos anos.
Os argumentos começam a faltar aos governantes e a esperança dos portugueses vai-se desvanecendo.