A selvajaria e o caos reinante no areal provocado pelo estacionamento abusivo de autocarros e auto caravanas mereceu a minha crítica e motivou a apresentação de uma proposta de recomendação de deslocalização do estacionamento desse tipo viaturas para a periferia do centro histórico, nomeadamente para o espaço exterior da Expolima e para um terreno municipal da antiga ETAR localizado perto da ponte de Nossa Senhora da Guia.
Apresentei também uma proposta de abertura das cantinas escolares durante o período de férias para o fornecimento do almoço aos alunos oriundos das famílias carenciadas devidamente identificados pelo escalão A.
Cantinas escolares abertas durante as férias
A grave e
persistente crise económica que o país atravessa reflete-se inevitavelmente no
bem-estar dos portugueses, principalmente dos mais desfavorecidos
As restrições
salariais, o corte nas pensões, o desemprego, a falta do primeiro emprego e a
precariedade são sintomas dum país em crise exigindo do governo medidas de
contenção que, apesar de impopulares, são imperativas para se atingirem as
metas orçamentais e a consequente recuperação da economia, que nos devolverá a
melhoria da qualidade de vida.
Este é um
momento de grave crise social, a que um conjunto de instituições particulares
de solidariedade social não está alheia, procurando responder a apelos aflitivos
de famílias em rotura económico-financeira, provocada especialmente pelo
desemprego de ambos os membros do casal.
Ponte de Lima
não está imune a este fenómeno, daí o trabalho meritório da Santa Casa da
Misericórdia que serve mensalmente cerca de 1000 refeições através do programa
das cantinas sociais.
A Conferência
de S. Vicente de Paulo também tem correspondido a muitos apelos e o Banco
Alimentar Contra a Fome de Viana do Castelo, através de algumas instituições
locais tem desenvolvido um papel importante no fornecimento de géneros
alimentares a famílias do concelho.
Todavia
constatamos que na última campanha de angariação de alimentos, junto dos
hipermercados de todo o país, realizada pelo Banco Alimentar, no fim de semana
de 31 de Maio e 1 de Junho, os resultados foram inferiores ao habitual. É um
sinal preocupante de que alguns contribuintes passaram à condição de
necessitados.
Por
auscultação da comunidade educativa, docentes e associações de pais, muitas
crianças apenas têm uma refeição digna desse nome, que é o almoço da escola.
Muitas delas levam a fruta e alimentos que sobram para casa.
É precisamente
neste espaço que as autarquias devem intervir, colaborando com o trabalho das
instituições quando estas começam a sentir dificuldades para responder a todas
as solicitações.
Nesse sentido
venho propor que as cantinas escolares, durante as férias que se avizinham, se
reconvertam em cantinas sociais, mantendo o fornecimento do almoço aos alunos
oriundos das famílias carenciadas e que já estão identificados pelo escalão A.
O Município de
Ponte de Lima ao assumir esta medida humanitária prestará às famílias e às
crianças limianas mais carenciadas um serviço social que contribuirá para
elevar no nosso concelho os níveis da dignidade humana. Zona ribeirinha transformada numa central de camionagem
A eleição da Câmara Municipal de Ponte de Lima para liderar a
Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico representa assumir
uma responsabilidade redobrada que deve traduzir-se em medidas concretas de salvaguarda
e reabilitação do nosso património paisagístico, arquitetónico e edificado,
impedindo que o mesmo seja degradado e desfigurado.
O limiano atento já deve ter presenciado o espetáculo de cada
domingo, na margem esquerda do rio Lima, na marginal nobre da vila. São
autocarros, uns quase em cima dos outros, automobilistas “enlatados” e aflitos
a tentar “safar-se” no meio da confusão que se instala. São caravanas e
autocaravanas perfiladas junto à margem do rio, proporcionando uma paisagem de
parque de campismo improvisado, de aspeto absolutamente horripilante.
Este problema tem vindo a ganhar uma dimensão preocupante e a
zona ribeirinha entre pontes transformou-se, nos últimos anos, numa central de
camionagem e parque de autocaravanas, dando a imagem de uma verdadeira
balburdia que não dignifica Ponte de Lima e representa uma séria ameaça à
beleza paisagística e arquitetónica do centro histórico, da zona ribeirinha e
do rio Lima.
Entendo que Ponte de Lima merece mais e melhor e há
excelentes condições para manter os níveis de hospitalidade que nos
caracterizam, sem afastar visitantes do centro da vila.
Existem alternativas na periferia do Centro Histórico para acolher
esse tipo de veículos. Uma dessas alternativas está a norte, no espaço exterior
da Expolima ou noutro local que se entenda apropriado para o efeito,
nomeadamente o terreno municipal da antiga ETAR, localizado perto da ponte de
Nossa Senhora da Guia.
Pelos motivos expostos recomendo à Câmara Municipal que tome
medidas no sentido de impedir o estacionamento de autocarros, caravanas e
autocaravanas na zona ribeirinha entre pontes, deslocalizando-o para os locais
referidos.
Terreno para construção de acesso a pavilhão de exposições
Na qualidade de vereador do PPD/PSD
de Ponte de Lima abstenho-me da votação da proposta de venda apresentada pelo
Senhor José de Sousa Machado Ferreira Neves e Maria Silvina Hargreaves da Costa
Macedo Ferreira Neves, de um prédio rústico, localizado na freguesia da
Ribeira, com a área de 4.835 m2, pelo preço de 10,50 euros/m2,
por considerar que além da informação do Chefe da Divisão de Estudos e Planeamento
da Câmara Municipal, de 17 de junho de 2014, constante no processo, deve ser
solicitado também parecer de um avaliador externo, garantindo desse forma a uma
avaliação mais isenta, tendo em consideração as características e a localização
do terreno em causa.